Todos os dias uma vontade inexplicável alcança-me, sem piedade. Inconscientemente pego no lápis, - o único que transcreve para o papel tudo o que sinto - na borracha, - que elimina mágoas e qualquer vestígio de lágrimas - e no caderno - o que ouve o que eu penso, o que sabes o que eu sinto. E escrevo, escrevo sem um porquê concreto, sem ideias nem imaginação, apenas e somente vácuo. Vácuo não. Tu existes, tu preenches-me, tu chegas-me. És tu, em qualquer circunstância, o protagonista do meu pensamento. Não sei o que fizeste, como conseguiste nem de onde surgiu tal sentimento, mas sinto. Sinto o teu toque quando estou sózinho, a tua presença numa imensa escuridão, o teu cheiro inconfundível e a tua observação atenta, e por vezes mútua, ao longo do dia, de todos os dias. Incomodado? Envergonhado? Não! Importante e amado, como se tu me preferísses do que qualquer outra coisa, em qualquer hora, em qualquer momento. Hoje sinto-me rei do mundo! E não, não perguntas o porquê. Dar-te-ei a resposta pessoalmente, elevando a mão direita e mostrando o que de mais precioso eu tenho. Tu, só tu. Volta a prometer, vezes sem conta, que ficas comigo, assegurando a minha felicidade. Quero ter-te em todos os segundos e das milhares de cores da minha palete, escolher-te a ti, por seres a que, pela simplicidade e beleza, sobressai mais. Eu amo-te!
